O director-geral da Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO), João Macanja, admitiu a existência de alguns constrangimentos no processo de aquisição de combustíveis devido à retirada da comparticipação do Banco de Moçambique na disponibilização de divisas. No entanto, assegurou que tais constrangimentos não põem em causa a provisão dos produtos petrolíferos, tanto é que o mercado continua a emitir sinais de resiliência.
Segundo noticiou o notícias, na edição desta sexta-feira, 1 de Setembro, João Macanja falava durante um seminário sobre o financiamento relativo à importação de combustível, no âmbito da 58.ª edição da FACIM.
O jornal refere que o banco central comparticipava com cerca de 50% na factura de importação de combustíveis, tendo deixado de o fazer há alguns meses.
A fonte do IMOPETRO explicou que, com a saída do Banco de Moçambique (BdM) deste processo, nota-se uma limitação na disponibilização do dólar no mercado para a viabilização das importações. “Esta é uma medida recente que também traz algumas perturbações naquilo que era o modelo de funcionamento. Sabemos que é tarefa dos bancos fazer negócio, mas tínhamos o BdM como backup e isso fazia toda diferença”, disse João Macanja.
O responsável frisou haver limitações na disponibilização de garantias bancárias, uma dificuldade que é mais notória quando há uma subida generalizada de preços no mercado internacional. “Assim, quando os preços sobem, os bancos comerciais dizem que o financiamento da importação de combustível é feito de acordo com as capacidades de reembolso das empresas envolvidas no negócio, uma vez que o risco de crédito transfere-se para as instituições financeiras”, apontou.
Segundo a Petróleos de Moçambique (Petromoc), os desafios do mercado de abastecimento de combustíveis começaram na altura em que o processo era liderado por um sindicato bancário e perduraram até hoje, num cenário de liberalização. Nos últimos anos, o sector desembolsou 27,3 milhões de dólares norte-americanos em garantias bancárias, o que entende ser razoável, porque a liberalização trouxe ganhos, sobretudo relativamente ao reforço do poder de negociação das empresas comparativamente ao período do sindicato bancário.